Sentada o banco de passageiro, com um longo caminho a percorrer. A noite estava fria e com ela o sereno caia sobre o carro. Um cobertor me cobria fazendo-me sentir protegida do mundo real. Encostei a cabeça na janela e olhei o céu. Ignorando os farois e os postes de luz, vi a escuridão chovendo prata, vi estrelas. Deixei o tempo passar enquanto criava formas com a ligação entre os brilhos. Me lembrei de meus sonhos e tive vontade de alcançá-los. Me lembrei do seu sorriso, da forma com que olha pra mim com o canto do olho quando pensa que não percebo, do seu jeito descontraído de falar sobre um assunto sério e da sua facilidade em me fazer feliz. Do jeito com que segura minha mão quando quer atenção e de como me inspira ao meu melhor. A dança que as estrelas faziam acima de mim e a vontade de te ter por perto me lembraram o significado de quimera. Você pra mim é isso, uma sonho a ser alcançado, uma fantasia a ser realizada, um desejo a satisfazer. Os dias sem você passam cada vez mais devagar e os minutos com você, cada vez mais rápidos. Sei que as estrelas acima de você também estão. Agora que estamos longe, você parece o mais adequado, controversia aos momentos que estou com você. Queria que você fosse onipresente como as estrelas são. Mas sei que só se vê estrelas no escuro.
Ana
